Relatório deSustentabilidade
2017Exercício 2016

Relatório de Sustentabilidade 2017 Exercício 2016

Estratégia e análise

Água e vida

(G4-1)

Nosso bem mais precioso é a vida e sem água ela não existe. A afirmação pode parecer óbvia, mas dá a dimensão da sustentabilidade necessária às atividades da Cesan. O fornecimento de água tratada oferece condições para o desenvolvimento e uma vida com mais saúde e qualidade para a população. A coleta e o tratamento de esgoto contribuem com a recuperação e preservação dos mananciais, para que o ciclo da vida se perpetue.

É fácil perceber que a sustentabilidade está na essência das operações da Cesan e por isso figura com destaque na missão da Companhia de “Prestar serviços de saneamento com sustentabilidade, contribuindo para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida”. Para cumprir essa missão a Cesan adota a prática do planejamento estratégico, que foi revisado em 2016 e determinou os objetivos da Empresa até 2021.

Este Relatório de Sustentabilidade traz informações sobre o desempenho da Cesan na conquista de seus objetivos no ano de 2016, que se apresentou particularmente desafiador, com um ambiente macroeconômico com aumento do desemprego e inflação alta, que afetaram todo o país e também o setor de saneamento. Como agravante de um cenário já deteriorado, o Espírito Santo foi atingido pela pior crise hídrica dos últimos 80 anos, afetando setores que dependem diretamente da água como a agricultura, pecuária e o abastecimento humano.

Os principais rios que abastecem a Grande Vitória, o Jucu e o Santa Maria da Vitória, atingiram vazões abaixo do nível crítico, fazendo com que a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) determinasse a implantação de sistema de rodízio no abastecimento de água para cerca de dois milhões de habitantes da região. Vários municípios decretarem estado de emergência e o Governo do Estado editou legislação restritiva de uso da água, para garantir o abastecimento da população e a dessendentação animal.

Para enfrentar a crise econômica, a Cesan se orientou pelas diretrizes de austeridade do Governo do Estado. A Companhia manteve e ampliou medidas de redução de custos iniciadas em 2015, como a redução da estrutura orgânica, não renovação de aluguéis de áreas administrativas, redução de contratos com terceiros e até mesmo paralisação temporária de algumas obras de saneamento.

Por sua vez, as medidas de enfrentamento da crise hídrica contemplaram a perfuração de poços profundos, implantação de novas fontes para captação de água, planejamento para construção de barragens e a antecipação da construção do sistema de abastecimento Reis Magos, que estava prevista para 2020.

Aliada a boas práticas de gestão, as medidas permitiram à Cesan obter um resultado positivo em 2016 mesmo diante de todo o cenário adverso. A Companhia provou mais uma vez sua capacidade de resiliência, sendo inclusive selecionada com outras seis empresas no mundo, pelo Banco Mundial, para participar de um estudo com empresas que se recuperaram após períodos de crise.

Resultados

A receita liquida da Cesan em 2016 atingiu R$ 712 milhões e apresentou um crescimento de 11,65% em relação ao período anterior. Esse crescimento deve-se principalmente ao impacto do reajuste tarifário de 11,59% concedido pela Agencia Reguladora de Serviços Públicos (Arsp) no mês de agosto de 2016. A geração de caixa operacional (Ebitda) foi de R$ 156 milhões e o lucro líquido de R$ 91 milhões.

Os investimentos da Cesan em 2016 totalizaram R$ 186,6 milhões e foram destinados principalmente para a construção de novos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário que beneficiaram 2,2 milhões de pessoas com água tratada de qualidade e 1,1 milhões de pessoas com coleta e tratamento do esgoto.

Pelo segundo ano consecutivo houve queda no volume de água produzida e distribuída pela Companhia, demonstrando claramente a mudança de hábitos no consumo de água pela população. Por outro lado, com a crise hídrica, cresceu a necessidade de recuperar e preservar os mananciais. Atenta a este novo ambiente desafiador, a Cesan revisou processos e o modelo de negócio e buscou parcerias estratégicas para aumentar a capacidade de investimentos, como a Parceria Público-Privada (PPP) firmada em 2016 para ampliar a coleta e tratamento do esgoto em Vila Velha, com investimentos de R$ 700 milhões previstos para universalizar o serviço no município em até 10 anos. Outras PPPs estão em estudo para universalizar o serviço de esgotamento sanitário nos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória.

Águas e paisagens

Em 2016 a Cesan deu início ao maior programa ambiental da história do Espírito Santo, o Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem, que tem como objetivo a gestão dos recursos hídricos para o uso coordenado da água, do solo e recursos relacionados para o desenvolvimento sustentável do Estado. O investimento total estimado é de US$ 323 milhões para cinco anos, cerca de R$ 1,2 bilhão, financiados pelo Banco Mundial.

As obras tiveram início pela Região do Caparaó, nos municípios de Iúna, Ibatiba, Dores do Rio Preto e Irupi. A região foi escolhida por ter um manancial importantíssimo que é a bacia do Rio Itapemirim. A expectativa é que ao fim das obras os municípios tenham 100% do esgoto coletado e tratado.

Com gestão responsável, austeridade e respeito pelo dinheiro público a Cesan conseguiu vencer os desafios postos pelas crises econômica e hídrica que atingiram o Estado em 2016. A solidez financeira e institucional da Companhia permitiu a retomada de obras e investimentos importantes para o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo.

Pablo Ferraço Andreão

Presidente da Cesan